quarta-feira, 9 de abril de 2008

Fichamento - Papilomavirus Humano



Segundo o Dr. Peter Gearhart (Deparetamento de Ginecologia e Obstetrícia do Pennsylvania Hospital), o Papilomavirus acomete uma ampla variedade de animais. Este virus causa tumores provocados por mutações no DNA humano, de macacos, veados, cavalos, bovinos, cães, pássaros e coelhos. O "Los Alamos National Laboratory", nos Estados Unidos mantém um banco de dados da seqüência genômica do papilomavírus e sua árvore filogenética, ambas estão disponíveis na HPV Sequence Database.

O Papilomavirus Humano (HPV) produz tumores epiteliais da pele e mucosa. Mais de 100 tipos de HPV foram detectados, e os genomas de mais de 80 foram completamente sequenciados.

O atual sistema de classificação, que se baseia em semelhanças em suas seqüências genômicas, geralmente correlaciona-se com as 3 categorias usadas para descrever clinicamente HPV: anogenital e / ou de mucosas, nongenital cutâneo, e epidermodysplasia verruciformis (EV).

As infecções de mucosas pelo HVP são classificadas como latentes, subclínicas e clínicas. Lesões clínicas são as mais características, são facilmente identificadas e aparentes, enquanto que infecções latentes são identificadas apenas com testes de DNA viral. Lesões subclínicas são tratadas pela aplicação de ácido acético de 3-5% e posterior observação de sua possível evolução. A maioria das infecções por HPV são latentes; infecções clinicamente aparentes geralmente resultam em verrugas, em vez de neoplasias.

Dentre os tipos de HPV os dos tipos 6 e 11 são normalmente identificadas como de risco baixo porque infecção com estes tipos tem baixo potencial oncogénico e normalmente resulta na formação de condilomas de baixo grau e lesões pré-cancerosas. HPV tipos 16 e 18 surgiram como tipos de HPV de alto risco porque eles são responsáveis por lesões de mais alto grau que podem evoluir para carcinomas, em especial os que têm o anogenital e /ou de categoria mucosa.

É interessante perceber que a maioria dos virus pesquisados até o presente artigo desmistifica um pouco e esclarece a respeito do medo que se instala sobre o correlacionamento entre a Doença HPV e o câncer de Colo. É verdade que devemos sim nos preocupar com a doença, porém, ao menos em princípio, não há necessidade de o portador se desesperar. A maioria dos tipos só causam pequenos tumores (verrugas) e estas são facilmente tratada, mesmo havendo (após o tratamento) um ressurgimento destes tumores.

Gearhart, Peter A. Human Papillomavirus. Emedicine. http://www.emedicine.com/med/TOPIC1037.HTM, 09/04/08

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Tratamento local para verruga cutânea

Resumo
Objetivos
Avaliar os efeitos dos diferentes tratamentos locais para verrugas cutâneas e não genitais em pessoas hígidas.
Antecedentes
As verrugas cutâneas causadas pelo papilomavírus humano estão entre as doenças de pele mais comuns. Embora as mãos e os pés sejam de longe os locais mais comumente acometidos, qualquer região da pele pode apresentar esse tipo de lesão. Há enorme quantidade de tratamentos locais disponíveis.
Estratégia de pesquisa
Bases de dados pesquisadas: Cochrane Controlled Trials Register (Março de 1999), Skin Group Trials Register (março de 1999), MEDLINE (de 1966 a agosto de 2000), EMBASE (de 1980 a agosto de 2000) e várias outras basess de dados importantes na área biomédica e de economia em saúde. Busca das referências bibliográficas de todos os estudos identificados e dos artigos-chave de revisão. Contato com laboratórios farmacêuticos envolvidos no tratamento local da verruga e com especialistas na área.
Critério de seleção
Foram incluídos ensaios clínicos randomizados que evolveram tratamentos locais para a verruga cutânea e não-genital causada por vírus em hospedeiros humanos imunocompetentes.
Recompilação e análise de dados
Dois revisores independentemente selecionaram os estudos e avaliaram a qualidade metodológica.
Resultados principais
Quarenta e nove estudos satisfizeram os critérios de inclusão. No geral, esses estudos forneceram evidências fracas devido à má qualidade da metodologia e da apresentação dos estudos. Em 17 estudos com grupos placebo que usaram os participantes como unidade de análise, a taxa média de cura do placebo foi de 30% (variação de 0 a 73%) após um período médio de 10 semanas (variação de 4 a 24 semanas). As melhores evidências disponíveis referem-se aos tratamentos tópicos simples, que contêm ácido salicílico, claramente melhores do que o placebo. Os dados conjuntos de seis estudos controlados com placebo mostram uma taxa de cura de 144/191 (75%) e de 89/185 (48%) nos controles, odds ratio de 3,91 (intervalo de confiança 95% de 2,40 a 6,36) para o modelo de efeitos randômicos. A maioria dos estudos maiores que envolveram crioterapia estudaram os diferentes regimes de tratamentos e não a comparação da crioterapia com outros tipos de tratamento ou com placebo. Os dados conjuntos de dois estudos pequenos que compararam crioterapia com placebo ou com nenhum tratamento não mostrou diferença significativa nas taxas de cura. Em outros dois estudos que compararam a crioterapia com ácido salicílico, não houve diferença significativa quanto à eficácia desses tratamentos. Não houve evidências consistentes da efetividade da bleomicina intralesional. Quatro estudos que usaram as verrugas, e não os indivíduos, como unidade de análise obtiveram uma variedade resultados que não podem ser analisados no conjunto de modo significativo. Houve algumas evidências da eficácia do dinitroclorobenzeno, um potente agente sensibilizador de contato. Os dados conjuntos de dois estudos pequenos que compararam o dinitroclorobenzeno com placebo mostraram taxas de cura de 32/40 (80%) e de 17/40 (43%) respectivamente, odds ratio de 5,42 (intervalo de confiança 95% de 1,99 a 14,75) para o modelo de efeitos randômicos. Foram encontradas apenas evidências limitadas da eficácia do 5-fluorouracil tópico, dos interferons intralesionais e da terapia fotodinâmica. O tratamento com bleomicina, dinitroclorobenzeno, 5-fluorouracil, interferons e terapia fotodinâmica é potencialmente prejudicial e tóxico.
Conclusões dos revisores
Faltam evidências que embasem o uso racional dos tratamentos locais para as verrugas comuns. Os estudos revisados variam muito quanto ao método e à qualidade. As taxas de cura com placebo variam, mas são consideráveis. Há evidências de que os tratamentos tópicos simples que contêm ácido salicílico têm efeito terapêutico. Há menos evidências da eficácia da crioterapia e evidências não consistentes de que a crioterapia seja mais efetiva do que os tratamentos tópicos simples. O dinitroclorobenzeno parece ser efetivo, mas não mais efetivo do que os tratamentos tópicos que contêm ácido salicílico, que são mais seguros, simples e baratos. Falta determinar os benefícios e riscos do 5-fluorouracil, da bleomicina, dos interferons e da terapia fotodinâmica.

Revisão: Gibbs S, Harvey I, Sterling JC, Stark R. Tratamento local para verruga cutânea (Revisão Cochrane) (Cochrane Review). In: Resumos de Revis�es Sistem�ticas em Portugu�s, Issue 4, 2007. Oxford: Update Software.